sexta-feira, 29 de julho de 2011

Primeiro Capítulo - Parte 2

(Continuação do conto publicado anteriomente. A história já possui três finais escritos. Vamos ver como vai ocorrer o desenrolar dos acontecimentos.)

Primeiro Capítulo (Já publicado)


O café está frio. Arh! Que gosto horrível, suscitou Rebeca. Naquela manhã fria ela ainda amargava o gosto da ressaca resultante de uma tórrida noite de comemoração em que festejava a conquista de um novo posto de trabalho. Ela finalmente era a mais jovem diretora de cinema de uma das mais badaladas produtoras da cidade. O cargo teria sido uma indicação de um amigo muito influente que conhecia o dono da produtora Water Glass e este, por sua vez, procurava um talento jovem, pouco lapidado para finalmente destrinchar os seus novos projetos de filmes publicitários.
Ela era recém chegada do Canadá, havia estudado cinema e teatro na Canadian Scholl of Arts. Viveu um longo tempo no exterior, além de estudar, lavou pratos, amou, endoidou e voltou...
No primeiro dia de trabalho na produtora, Rebeca chegou um pouco mais cedo, teria a sua primeira reunião com a equipe e também com o diretor. “Pode entrar, ele está a sua espera”, orientou a secretária não conseguindo esconder uma admiração continuada diante daquela moça, ali, à sua frente.
Rebeca bate à porta, pede licença e, ao entrar, dirige um entusiasmado bom dia ao diretor, que está sentado de costas para a porta, com as pernas em cima de um armário. Ele fuma seu charuto e toma uma limonada, sem açúcar, dizia que gostava de sentir o sabor puro das coisas. “Quer uma limonada?”, indagou-a.  Dizendo que não estava servida, tratou logo de se acomodar à cadeira de madeira tipo cedro que harmonizava o ambiente. “Faz bem em sentar”, completou o diretor.  Ele começou a explicar minusciosamente o tipo de trabalho que realizava há mais de 20 anos e ela pacientemente o ouvia. Ao dizer a ela sua primeira tarefa,  se vira repentinamente e ao olha-lá no olho se assuta, sente-se mal, não conseguindo mais direcionar qualquer palavra àquela bela jovem.

Primeiro Capítulo - Parte 2

Rebeca se assustou e não sabia o que fazer. Estava ali, diante do seu novo diretor, em uma empresa que muito desejou trabalhar, mas estava atônita em meio àquela situação tão estranha: seu chefe desmaiado. Imediatamente chamou a secretária que entrou na sala não entendendo nada do que tinha acontecido. “Ele parece ter se assustado comigo e desmaiou”, dizia Rebeca atemorizada; a secretária tentava acordar Arlindo, que estava imóvel...
A jovem então aproveitou que não estava mais sozinha alí e ligou pra portaria daquele imenso prédio solicitando atendimento da enfermaria. “O que aconteceu aqui?”, perguntou a secretária fitando Rebeca desconfiadamente, ela parecia confusa após a declaração da nova diretora, recém chegada à agência, ao mencionar que Arlindo teria se espantado com ela. Assustado com o quê? Afinal, Rebeca era apenas mais uma nova funcionária...
“Pelas primeiras impressões, tudo certo, Arlindo tivera apenas uma queda de pressão”, dizia tranquilamente o médico. Naquele momento, Arlindo já estava acordado e em sua sala estavam presentes a secretária, seu filho mais velho, que também era diretor da empresa e outros dois filhos que trabalhavam com o departamento de criação. “Já estou bem, eu realmente estou precisando descansar, estou precisando de férias. Joana, providencie por favor uma reunião com meu assistente pessoal, vou conversar com ele a respeito de um provável viagem que poderei fazer. Vou tirar férias”, declarou ele ainda com uma voz trêmula e profundo ar de cansaço.
Naquele momento o espanto tomou conta de todos. Arlindo não tirava férias há quase 10 anos e todos sabiam que deixar a empresa na mão dos filhos, mesmo sendo eles pessoas de confiança, não era algo que Arlindo gostava. Ele sempre foi aquele tipo de empresário que vive a empresa, sabe tudo sobre a agência, conhece bem seus funcionários e negocia cada contrato pessoalmente, deixando somente os detalhes secundários para os filhos. Todos se entreolharam e de uma certa forma comemoram a decisão do patriarca da familia Antachio: definitivamente, a notícia sobre as férias de Arlindo era a grande boa nova da semana, todos já haviam esquecido o incidente de seu desmaio.
 Sua secretária imediatamente saiu da sala dizendo que ligaria naquele momento para Bento, para que conversassem sobre planos de férias, enquanto isso, seus filhos tentavam amenizar o ambiente falando sobre lugares que o pai poderia conhecer.“Talvez um roteiro de artes pela Europa... a última vez que o senhor o fez, mamãe ainda estava entre nós, poderia voltar pra lá para conhecer novos lugares”, salientou Armando, o filho mais velho.
Rebeca observava tudo calada. Arlindo fitava-a delicadamente. Ela queria falar, participar da conversa, tinha passado por lugares magníficos no exterior, certamente teria muitas dicas de viagens, restaurantes e museus, mas naquele momento emudeceu como há muito não praticava.
“Armando, oriente a moça sobre o nosso novo projeto de literatura para as massas, quero voltar e ver essa empreitada decolando... Meu filho vai te orientar mocinha, tudo o que você precisar, conte com ele e com esses outros dois aqui (indicando para os outros filhos, João e Fernando), eles são a alma desse lugar”, exortou ele saindo da sala.
Todos ouvem e concordam acenando com a cabeça. A reunião que seria entre Rebeca e Arlindo, tem ínicio com a jovem e os irmãos Antachio. Tomam café, que parece estar um pouco amargo. Começam estruturando os planos para desenvolver o novo projeto de Arlindo, que era um sonho antigo de sua finada esposa.

(continua... )

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Deleite-se na vida


No dia em que você acordar e estiver cansado,
Procure uma rede, uma árvore e deleite-se...
Não fique tão chateado.
Aproveite (...)
A vida passa muito depressa,
Corra, pule e siga em frente
E tente fazer muitas promessas
Pois se você sonha com alguma coisa e isso não sai da sua mente
Pode ser, assim, repentinamente,
Que tudo se transforme em realidade, em verdade.
Tenha uma vida sadia. Mas o que é uma vida ideal? Você pode viver eternamente?
Prepare-se para contar todas as suas novidades,
Para seus amigos, seus amores. Eles lhe darão flores!
Mas não fale nada sobre suas dores
Deixe-as bem guardadas, camufladas
E no dia em que você menos esperar
Verá que suas dores são como os amores
Suas atitudes estarão calejadas, depois de tantas cruedades em toda sua totalidade,
Esperando que um dia, você possa, quem sabe,
Deitar numa rede em um dia de sol e rir das adversidades.


quarta-feira, 20 de julho de 2011

Persona, Personagem e sua fala íntima

Diante de um grande camarim, a artista espera o momento para entrar em cena e viver sua primeira personagem. Ela discute com o espelho, fala com ‘seus botões’ como costumam dizer por aí. Conversa consigo mesma.  “O mais engraçado é que nessa vida tudo parece igual, mas não é. O trabalho parece sempre o mesmo: discute, experimenta, estuda o texto, ensaia, todo dia a mesma coisa, exatamente a mesma coisa.”, reflete. 

Todo dia ELA É A MESMA. Todo dia, A MESMA?

Diante de seus questionamentos, chega a uma certa conclusão: “Não, nascem tantas outras.” E continua, já um pouco mais incomodada: “Por que você fala assim comigo? Não pára de me perseguir. Eu ainda não achei uma boa resposta para aquela pergunta que você me fez ontem.  Mas, certamente, eu vou encontrar.”

Toda vez que ela está prestes a subir no palco, vive e revive tudo o que sentiu na primeira vez  que esteve diante de uma plateia. Persona. Ela aquece o corpo, tira a sua roupa e veste a roupa de quem? Dela, persona.
Passa a eliminar todo e qualquer resíduo de maquiagem ou acessório que seja dela.  Preparativos, figurino, caracterização e a partir daí passa a existir em corpo e alma por ela, por essa outra persona...
Aquece a voz, aquece mais uma vez o corpo. Orações são sempre bem vindas nesse momento. Ela faz tantas... Ela faz todas!
Aos poucos ela vai ganhando forma e vida, ganhando volume, ganhando voz. O corpo  físico e mental se misturam para atingir a criação cênica. Fé, jogo, concentração, movimento. Ela, o outro. A outra. Há outra.  "Façamos um teste: Ah, ah..." Ela pratica apenas mais um exercício para aquecer a voz.
Neutralidade, calma... Primeiro sinal. E toca o alarme. Toca o alarme do coração dela. Neutralidade? Isso existe? E você, persona? Você que aos poucos vai surgindo, crescendo, tomando conta do corpo dessa atriz.
“Por que você continua a falar assim comigo? Você faz meu coração bater tão forte, tão intenso”, reflete,  continuando na  tentativa de responder uma pergunta que ela mesma criou...
Prestes a entrar em cena, passo a passo, ela sabe de tudo, mas parece não saber de nada neste momento. Se posiciona e olha lá no fundo. Passa a ser ela.
“Ela está aqui...”  Terceiro sinal. O seu corpo já excitado busca o seu objetivo, sua voz, percorre o íntimo buscando lugar para ser ouvida. Olha para dentro de si, olha nela.
Durante toda essa adrenalina, de brincar de faz de conta, ela, ao entrar em cena, acredita que encontrou a resposta para a sua pergunta, a pergunta que faz para si mesma, todos os dias... 
“ A resposta é eu. Como? Eu.”
“Qual  o personagem que tenho mais medo de ser? EU.” 
Ela sorri e passa a ser outra. Todas as outras.

terça-feira, 12 de julho de 2011

Afinco

Procuro uma rua que não tenha saída,
Ver algum sentido para a vida
Por isso, vou dar com a cara no muro,
Cara a cara comigo, sem fugir. Garantir meu futuro, porque não quero ficar no escuro
Sem respostas, sem solução
Não quero que minha vida seja uma prisão
Porque não gosto da solidão
Mas também não quero pedir a todos, compaixão
Porque o amor não se compra, não se negocia
Amor é alegria
O amor. Arranca o coração, não é nenhuma ilusão (...)
Do fundo do coração!
Ele existe e mesmo que ainda não tenha sentido
O amor é para ser vivido.

sábado, 2 de julho de 2011

Trevas além do horizonte

São elas, Trevas tão Intensas,
Vermelhas que sangram, pulsam e me levam ao recomeço de tudo...
Tão semelhante àquilo que se pensa
Ser. Ser um Humano profundo
Por exisitir 
Muitas vezes imundo, imundo, imundo
Sorrir!
Palavras ao vento, palavras que assim como a pedra quando jogada, não voltam mais
Rebento
Em um dia cinzento (...)
Por isso eu tanto lamento,
Eis meu tormento,
Olho, sinto
Olhar que já é distinto, olhar que procura respostas, propósitos, soluções, saídas, felicidade ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...

Vejo além do infinito

Já está escrito...


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